Gasto com plano de saúde cai monitorando usuários frequentes

Gasto com plano de saúde integra estudo feito pela AsQ para uma empresa de Santa Catarina, entrevistou quase 3 mil “high users”

Recentemente, um estudo realizado pela AsQ, especializada em gestão da saúde, apontou que dos 2.997 colaboradores atendidos pelo plano de saúde da empresa, 368 colaboradores e/ou dependentes, ou seja, 12,2% do total,  representam 80% do custo assistencial da empresa. Sendo assim, os dados traduzem em números uma ideia nem sempre adotada por gestores de planos de saúde: a atenção a pontos críticos da operação pode gerar economia sem comprometer a qualidade do atendimento aos beneficiários.

De acordo com o CEO da AsQ, Guilherme Hahn:

“Não há solução mágica para o controle dos chamados high users, principalmente porque todo plano deve garantir atendimento de qualidade aos beneficiários. Mas diversas ações podem ser implementadas para diminuir as despesas e melhorar a ‘saúde’ do próprio plano, garantindo a continuidade do atendimento a todos os beneficiários.”

Gasto com plano de saúde cai

O gasto com plano de saúde cai, em primeiro lugar, a partir da estratificação dos beneficiários, com a definição de públicos que exigem maior atenção. No caso analisado, por exemplo, as ações emergenciais deveriam ser focadas na parcela de 368 pessoas que mais utilizam o plano. “Avaliar as condições de saúde de cada uma dessas pessoas e implantar projetos de prevenção e controle de doenças crônicas, grandes geradoras de exames e consultas, é fundamental”, diz Guilherme Hahn.

Além disso, também havia baixa adesão dos beneficiários do plano a medidas essenciais, como a realização periódica da mamografia, do preventivo de câncer de colo do útero e da colonoscopia. “Medidas de conscientização, que são mais fáceis de fazer em grupos restritos, poderiam melhorar os números e aumentar a chance de diagnósticos precoces”, diz o executivo. “Prevenção e acompanhamento próximo dos pacientes também reduzem o número de consultas de emergência, mais caras do que as tradicionais, de exames realizados e até de internações por complicações”.

Usuários intensivos

Por fim, o grupo dos usuários intensivos do plano de saúde da empresa analisada fazia, em média, 40,4 exames anuais (a média registrada pela Agência Nacional de Saúde é de 20,6 exames/ano). Quase metade dos pacientes analisados (180 pessoas) foi internada pelo menos uma vez ao longo do ano. Estimativas da AsQ indicam que o maior controle das internações e exames poderia gerar economia de aproximadamente R$ 800 mil anuais para a responsável por financiar o plano.

*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/equipe-de-medicos-em-reuniao_9597357