Agenda ambiental: Haddad diz ver disposição do agronegócio

Agenda ambiental integra uma agenda da agricultura moderna de nossa política, afirma ministro, para não perder mercado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem (18) que o setor agrícola brasileiro é moderno e interessado em fazer investimentos que promovam ganhos ambientais. Entretanto, enfatizou que ainda há muito trabalho a ser feito não mercado agropecuário.

Agenda ambiental

Segundo o ministro, em torno de uma agenda ambiental, ele afirmou durante evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizado na Bolsa de Nova York:

“Às vezes olhamos para maus brasileiros, que desmatam, corrompem a natureza, mas essa não é a realidade do nosso agro, que investe em tecnologia, garante espaço no mercado global.”

Além disso, os comentários foram feitos no primeiro compromisso em Nova York, onde Haddad permanecerá até amanhã (20) para apresentar o plano de transformação ecológica do governo Lula a investidores, empresários, acadêmicos e membros da sociedade civil. Esta é a primeira agenda internacional sobre a pauta ecológica brasileira.

Sustentabilidade

Haddad procurou também defender a agenda sustentável do governo aos investidores internacionais, ao mesmo tempo em que elogiou o agronegócio brasileiro — setor que, nas últimas eleições, demonstrou maior alinhamento aos candidatos da direita, cuja visão é mais conflitante com as demandas ambientais. e ainda acrescentou:

“O agro sabe que se essa agenda não for endereçada, ele vai perder o mercado internacional. Temos que fazer grande trabalho no caso da pecuária.”

Exploração de fontes de energia renováveis

Contudo, o ministro defendeu a exploração de fontes de energia renováveis como uma forma de garantir segurança energética e afirmou que o Brasil possui uma grande vantagem ao contar com uma “bateria” de reserva de energia das hidrelétricas.

Para o ministro, o país pode usar a energia eólica e a solar para abastecimento, deixando a reserva das hidrelétricas para momentos mais “delicados”.

Exportação de lítio

Por outro lado, o ministro disse que o Brasil poderá se tornar um grande exportador de lítio, hidrogênio e produtos verdes. Segundo ele, um dos objetivos é tornar o país um porto de chegada de investimentos que visam a sustentabilidade do planeta.

“Queremos capitalizar o Fundo Clima para financiar projetos verdes”, disse Haddad, em referência ao fundo, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, que busca garantir recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas.

“Temos a oportunidade de mostrar que o país está aberto a negócios verdes”, acrescentou.

Reindustrialização verde

Por fim, ainda no mesmo evento, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu uma “reindustrialização verde” para o Brasil e ressaltou que o Estado deve ser um mobilizador da iniciativa privada nesta área.

“Brasil não vai esperar que o paguem para combater a mudança climática”, pontuou.

*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/trabalhador-agricola-dirigindo-trator-pulverizando-prado-verde-gerado-por-ia_41328320