Mobilidade das cidades no pós-pandemia: confira opinião de executivos

Mobilidade das cidades no pós-pandemia foi debatido no Fórum de Infraestrutura promovido pela revista EXAME

Na terça-feira (9), ocorreu o Fórum de Infraestrutura promovido pela revista EXAME. O debate girou em torno da mobilidade das cidades no pós-pandemia, a partir do painel “Mobilidade urbana e desenvolvimento econômico”.

Mobilidade das cidades no pós-pandemia

A mobilidade das cidades no pós-pandemia teve o painel intermediado pela editora de Macroeconomia da EXAME Fabiane Estefano. E contou com a presença de André Turqueto, diretor-geral da Velói, André Iasi, da Estapar e André De Angelo, da Acciona.

Visão dos executivos

Todos eles são executivos que possuem negócios no Brasil e que foram diretamente impactados pleo isolamento social. Sendo assim, eles discutiram durante o fórum como as cidades devem se preparar para oferecer uma dinâmica melhor de mobilidade pós-pandemia.

No caso da Veloe, ela é focada em tecnologia para fluxos de cancelas e pedágios. Já a Etapar administra estacionamentos, e a Acciona é a companhia vencedora da licitação para a conclusão da Linha 6 do metrô de São Paulo.

Sobre isso, Turqueto explicou:

“A gente foi impactado porque trabalhamos com mobilidade urbana. A gente trabalha com empresas que utilizam pedágios, estacionamentos e são frotistas. E essa são atividades que afetam nosso negócio, mas o principal que afeta nosso negócio foi uma repulsa pelo manuseio de dinheiro, o que fez com valorizasse nosso negócio digital. Houve também uma valorização do contato invisível. Além disso, muitas pessoas não quiseram manter contato com outras pessoas. E isso tem tudo a ver com o negócio do pedágio, por exemplo, porque você não quer pessoas ali, troca de dinheiro. A não necessidade de uma pessoa ir do ponto A ao ponto B acho que vai ser o principal legado da pandemia.”

Futuro das cidades

Por outro lado, em relação ao futuro das cidades, ele reforça a necessidade de transporte público de qualidade. Isso porque não há alternativas para algumas localidades.

“As cidades não tem boas calçadas para transitar, por exemplo. Então a gente é imbuído a usar o carro porque o contexto das cidades é do uso do veículo.”

Retomada das atividades

Contudo, André Iasi fala que os estacionamentos acabam sendo um bom termômetro do ritmo de retomada das atividades. Para ele, certos comportamentos seguirão os mesmos.

“Com a evolução da vacinação, a gente vê que a questão da circulação nas cidades voltou a acontecer rapidamente. Nós somos um bom termômetro para entender os setores que a gente atua, como shopping centers, arenas, edifícios comerciais. Conforme esses segmentos foram abrindo, a gente vê a movimentação voltando. Uma das coisas que eu acho que a pandemia trouxe para as empresas foi fazer com que todas elas ficassem mais eficientes na gestão de custos, principalmente as que foram mais impactadas. Você também teve adoção de diversas tecnologias. Você vê também as pessoas querendo menos contato também e menos dinheiro em circulação. Eu vejo que as coisas vão voltar, sim, da forma que eram muito mais rápido. Óbvio que vai ter trabalho híbrido, por exemplo, mas na hora que você abre uma arena por exemplo, ela lota. Então as pessoas querem se entreter e se encontrar. Isso deve acontecer na sequência.”

Novos formatos

Em contrapartida, Iasi reconhece que novas dinâmicas de locomoção nas cidades surgiram. Portanto, ele sentiu a necessidade de criar novos formatos, o que inclui planos mais flexíveis para usuários, no lugar de 30 dias, agora são 15, por exemplo.

Além disso, ele destaca que nesse pós-pandemia, a Estapar possui 15% das vendas adquiridas por meio de seus canais digitais. Antes da pandemia, eram apenas 3%.

Licitação da Acciona

No caso da Acciona, que opera no setor de construção, o impacto foi de modo diferente. Seu diretor, André De Angelo, afirma que a empresa ganhou a licitação para concluir as obras da linha 6 do metrô de São Paulo.

No futuro, De Angelo defende a interligação dos modais. No entanto, ele diz também que é preciso considerar que o trabalho remoto é de nicho, para quase 11% da população.

“A gente às vezes acha que o home office veio para mudar tudo, mas nao é bem assim. O horário do rush continua existindo, o trânsito também.”

*Foto: Unsplash/Denny Aulia