Instabilidade eleitoral: empresas enfrentarão bem, porém, 2023 segue incerto

Instabilidade eleitoral para as empresas faz com que melhora neste setor deva ocorrer no curto prazo

A Fitch Ratings, agência de classificação de risco de crédito, avalia que as empresas brasileiras estão bem posicionadas para enfrentar a volatilidade causada pelas eleições presidenciais e parlamentares.

Instabilidade eleitoral não afeta empresas neste ano

Por outro lado, as incertezas macroeconômicas internas e externas desafiarão as condições de negócios das empresas no Brasil em 2023, e a capacidade do novo presidente de abordar esses fatores é um ponto crucial.

Juros e inflação

Em nota, Ricardo Carvalho, diretor administrativo da Fitch, afirma:

“A melhora de curto prazo nos indicadores de atividade econômica e empresarial é positiva, mas o ambiente de negócios permanece incerto para 2023. O ambiente de taxas de juros e inflação no próximo ano ditará a direção da demanda e rentabilidade para os emissores.”

E ainda complementa:

“Liquidez saudável, disponibilidade de crédito e perfis gerenciáveis de amortização da dívida atuam como fatores-chave que sustentam os ratings.”

Histórico joga contra uma instabilidade eleitoral

Entretanto, um histórico de intensa volatilidade macroeconômica no país resulta na maioria das empresas com saldos de caixa elevados para suportar riscos de curto prazo. A avaliação é que o risco de refinanciamento é gerenciável para a maioria, com menos de 20% com menos caixa do que a dívida de curto prazo.

Generosa disponibilidade de crédito

Contudo, a Fitch destaca que as empresas que refinanciaram dívidas antes das eleições, beneficiam-se da generosa disponibilidade de crédito no mercado doméstico exclusiva deste ciclo eleitoral.

Por fim, o crédito local teve forte expansão em 2021 e 2022 em termos de volume, prazo e emissores iniciais. O crescimento significativo do mercado de dívida local também atua como uma importante fonte de liquidez adicional, principalmente para empresas maiores que geralmente possuem forte acesso ao mercado de títulos, que hoje é mais restrito.

*Foto: Reprodução