Bolsa de valores sobe após investidores voltarem a comprar

Mercado acredita que de um jeito ou de outro haverá aprovação da reforma da Previdência

Depois da queda de 4,5% da semana passada, a Bolsa voltou a subir na segunda-feira (20). O fato chamou a atenção de investidores novamente.  

Um dos motivos para o interesse é que o mercado financeiro está confiante na aprovação da reforma da Previdência. Seja o texto vindo do atual governo ou de um ofício elaborado pela Câmara. Além disso, o setor subiu no ranking das empresas abertas, o que resultou na alta de 2,17% do Ibovespa.

 A confirmação dos bons números chegou, durante o pregão, quando o índice bateu a casa dos 92.116 pontos e encerrando perto dos 91.946 pontos.


Banco Central

O Banco Central decidiu intervir nas operações após o dólar atingir R$ 4,10 na semana passada. Com a estratégia, o dólar recuou um provável aumento, com a realização do leilão do BC de US$ 1,25 bilhão. Os ganhos foram de 0,07%. Porém, durante o dia a moeda americana registrou o valor de R$ 4,12, considerado o maior preço em um pregão desde 25 de setembro de 2018.

O leilão A levou cinco minutos para ser encerrado em US$ 251 milhões. Na sequência, aconteceu o leilão B com a mesma duração, arrematando US$ 999 milhões. Até o dia 22 de maio, novas vendas com acordo de recompra estão programadas.

Sobre a intervenção do BC, a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, afirmou à Folha:

“R$ 4,10 é um patamar muito alto para o dólar. Na sexta, subimos dez centavos em um dia, isso é um exagero, um desespero do mercado. Por isso o Banco Central decidiu interferir”.


Reforma da Previdência

Segundo Thiago Salomão, da empresa Rico Investimentos, a espera em torno da aprovação da reforma faz com que a Bolsa continue a bater o índice de 90 mil pontos. Independente de o texto ser do governo Bolsonaro ou não, a medida é encarada como positiva para o mercado financeiro.

Por conta dos atos em torno da questão de corte de verbas na educação os investidores recuaram. Consequentemente, o fato refletiu na alta do dólar neste período. Todavia, a Bolsa sofreu uma queda que resultou em maior chance de compra, segundo o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.

Além disso, especialistas do setor avaliam que a grande queda de 6,60% durante esse mês permitiu que as ações das empresas ficassem mais baratas. Eles também confiam que o Ibovespa continue acima de 90 mil pontos. Essa expectativa faz com que o maior índice acionário brasileiro não caia mais nesse momento.


Braskem e Vale

Com os papéis mais baratos, algumas companhias tiveram uma melhora. É o caso da Braskem, que iniciou o mês em queda de 23% e agora registrou aumento de 10%, e foi considerada a maior alta de segunda.

O mesmo não aconteceu com a Vale, em decorrência do risco de um rompimento, em Barão dos Cocais (MG). Com isso, a companhia sofreu queda de 2%.


Oportunidades de Compra e Venda

Oportunidades que venceram na segunda foram negociadas em um total de R$ 23,4 bilhões. Desse montante, R$ 9,26 bilhões foram em relação a acordos de opções sobre ações de compra e venda. As de compra resultaram em R$ 1,23 bilhão, já as de venda encerraram o dia com R$ 8,02 bilhões.​


Bolsas Internacionais

A companhia chinesa de telefonia móvel Huawei recuou na segunda. O motivo foi a inclusão da empresa em uma lista negra de negociação dos Estados Unidos. O anúncio agravou ainda mais a guerra comercial entre os dois países. Além disso, a China denunciou a potência americana de cultivar “expectativas extravagantes” para um contrato mercantil. Com o cenário negativo, as Bolsas globais acabaram encerrando o dia em declínio.  

E as notícias sobre a China não pararam por aí: o índice CSI, que mede o desempenho das Bolsas de Shenzhen e Shangai, tombou 0,85%. Já Hong Kong renunciou 0,57%, e o índice de Tóquio subiu 0,24%.

Na Itália, a Bolsa de Milão registrou a pior queda percentual de 2019, com retorno de 2,68%. Alemanha e França ruíram 1,5%, enquanto que a bolsa britânica retrocedeu 0,5%. Nos EUA, Dow Jones recuou 0,33%, S&P 500, 0,67% e Nasdaq, 1,46%.

*Foto: Reprodução / Agência Brasil – Marcello Casal Jr.