Voos de longa distância só devem se recuperar após 2022

Voos de longa distância tem previsão voltar ao normal apenas em 2023

No fim do ano passado, com a notícias do início da vacinação contra a Covid-19, as linhas aéreas voltaram a ficar otimistas com os negócios do setor. Entretanto, não foi o que ocorreu. As companhias esperavam que as pessoas voltassem a viajar. Para isso, a Raynair, até lançou a campanha “Jab & Go” (algo como vacinar e viajar). Ela utilizou na ocasião imagens de jovens de 20 e poucos anos de férias, e com bebidas na mão.

Vale lembrar que em dezembro, o movimento nos aeroportos foi considerado 41% menor do que o mesmo período de 2019. Tudo motivado pela pandemia de Covid-19.

Voos de longa distância – como ficam?

As previsões do setor não deram certo. Isso porque não está claro ainda se as vacinas realmente impedem viajantes de espalharem a doença. E isso mesmo que sejam menos propensos a contraí-la. Além disso, as vacinas também não foram comprovadas contra as variantes mais contagiosas, fato que levou governos da Austrália ao Reino Unido a fecharem, em vez de abrirem, suas fronteiras.

Por outro lado, um esforço ambicioso das operadoras por passaportes de saúde digitais, também enfrentam diversos desafios e precisam convencer a Organização Mundial de Saúde.

Expectativas adiadas

Sendo assim, expectativas foram adiadas entorno da recuperação expressiva dos voos de longa distância, pelo menos até 2022. Mas isso pode ser tarde demais para salvar as muitas linhas aéreas com apenas alguns meses de caixa restante. Junto a isso, vem a ameaça de acabar com a carreira de centenas de milhares de pilotos, tripulantes de voo e funcionários de aeroportos que já estão sem trabalho há quase um ano.

Sobre isso, Margaret Harris, porta-voz da OMS em Genebra, afirmou:

“É muito importante que as pessoas entendam que, no momento, tudo o que sabemos sobre as vacinas é que elas reduzirão de maneira muito eficaz o risco de doenças graves.”

E complentou:

“Ainda não vimos nenhuma evidência indicando se interrompem ou não a transmissão.”

Recuperação

Por outro lado, é possível que aconteça uma recuperação sem a necessidade de passaportes de vacina. Isso porque se as vacinações começarem a reduzir as taxas de infecção e mortalidade, os governos se sentirão mais seguros para reverter as quarentenas e outras restrições, além de confiar mais nos testes de Covid-19 para passageiros antes dos voos de longa distância, por exemplo.

Este é o caso dos Emirados Árabes Unidos, que eliminaram amplamente as restrições de entrada, e ainda exigiram apenas um teste negativo. Apesar dos reguladores do Reino Unido vetarem o anúncio “Jab & Go”, da Raynair por julgá-lo enganoso, o diretor-presidente da companhia aérea de baixo custo, Michael O’Leary, ainda espera que quase toda a população europeia seja vacinada até o fim de setembro.

“Esse é o ponto em que seremos liberados dessas restrições”, disse. “As viagens de curta distância irão se recuperar forte e rapidamente.”

Entretanto, os governos continuam receosos em receber visitantes internacionais e as regras mudam ao menor sinal de problema. A Austrália fechou suas fronteiras com a Nova Zelândia no mês passado, após o governo neozelandês registrar um caso de Covid-19 na comunidade.

De acordo com Phil Seymour, presidente e responsável por consultoria de serviços de aviação do IBA Group, com sede no Reino Unido:

“O tráfego aéreo e a aviação estão realmente no fim na lista de prioridades dos governos. Vai ser um longo caminho para sair disso.”

Outros posicionamentos

Para o diretor da Alton Aviation Consultancy, de Cingapura, Joshua Ng, isso significa que uma recuperação no tráfego aéreo de passageiros “é provavelmente algo para 2022”. Ele finaliza dizendo que os voos de longa distância podem não ser retomados adequadamente até 2023 ou 2024.

*Foto: Divulgação