Vale tenta garantir financiamento de projeto siderúrgico no Pará

Mineradora se une a uma companhia chinesa na intenção de gerar um desenvolvimento local sólido depois da tragédia ambiental em Brumadinho (MG)  

A Vale e a empresa chinesa CCCC (China Communications Construction Company) assinaram em 23 de maio um acordo que tem como finalidade a construção de uma siderúrgica no valor de R$ 1,5 bilhão. O empreendimento situado em Marabá (PA) receberá o auxílio da mineradora brasileira para o aval de financiamento do projeto

A companhia brasileira Concremat também é sócia da iniciativa. A unidade de Marabá fabricará aços planos por meio de minério produzido pela Vale, em solo paraense.

Pacto com a sociedade

Em nota divulgada, a Vale falou sobre um pacto com a sociedade:

“Em linha com o pilar estratégico de criação de um novo pacto com a sociedade e foco na atuação como vetor de desenvolvimento econômico local”.

No mesmo comunicado, mencionou o resultado do primeiro trimestre de 2019 e anunciou um rombo de R$ 6,4 bilhões. O valor tem relação com a as perdas estimadas de R$ 19 bilhões com a tragédia de Brumadinho (MG).

Segundo o governador do Pará, Helder Barbalho, o estado celebrou a intenção da Vale e da chinesa CCCC a respeito da construção da siderúrgica:

“Um novo modelo produtivo para a cadeia do minério de ferro. Estamos construindo um novo paradigma, um novo patamar para a base produtiva econômica paraense”.

Produção no Pará

A Vale produz minério nas cidades paraenses de Canaã dos Carajás e Parauapebas.

As duas principais operações da empresa brasileira no Pará são Carajás e S11D. Porém, o estado da região Norte apenas exporta o minério de ferro, pois não possui um polo industrial para lavrar a produção. Esta fabricação sai das minas por via ferroviária e em seguida é embarcada em navios maranhenses.

Apoio à siderúrgica

A Vale ressaltou em comunicado que sua ajuda neste projeto, em forma de aprovações, reduz a obrigação financeira da mineradora. Além disso, essas garantias compactuam com o pilar estratégico de alocação de capital mais eficaz para lidar com as perdas provocadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho.

Até o momento, o desastre deixou 241 mortos e outras 29 pessoas estão desaparecidas. A tragédia ocorreu em janeiro desse ano.

*Foto: Reprodução / Farpa – Tuane Fernandes