Cemig foca em venda de ativos fora de MG após venda de participação na Renova Energia

Cemig vendeu sua participação na empresa de energia em novembro de 2021, por R$ 60 milhões

Depois de vender sua participação na Renova Energia em novembro passado, a Cemig agora foca em aplicar seus recursos dentro do estado de Minas Gerais, onde atua. Sendo assim, o segmento de distribuição pode receber R$ 3,2 bilhões para serem reconhecidos na revisão tarifária em 2023.

Novas transações da Cemig

Com a venda de seus ativos no fim de 2021, a Cemig passou seu controle para o Grupo Angra Partners, que hoje detém 30,3% do capital votante da Renova Energia e compartilhará o controle com os demais acionistas do Bloco de Controle. Na ocasião, o acordo foi celebrado pela Cemig Geração e Transmissão (Cemig GT) com um Fundo de Investimento em Participação administrado pela Angra Partners, gestora de fundos do diretor Alberto Guth.

Atualmente, segundo Reynaldo Passanezi, presidente da Cemig, a Renova está próxima de concluir sua operação.

Vale destacar que além das ações os fundos adquiriram ainda os créditos detidos pela Cemig GT contra a Renova. Porém, o fechamento e a conclusão da operação deve ocorrer após o cumprimento de certas condições precedentes previstas.

Plano de desinvestimentos

Além disso, a Cemig conta hoje com um plano de desinvestimentos em curso e que se fosse por sua vontade seria executado ainda em 2022.

À época, a companhia mineira informou que o desinvestimento da Cemig GT na Renova já fazia parte do Programa de Desinvestimentos, divulgado ao mercado em julho de 2017.

Já no dia 30 de março, a empresa disse que vem trabalhando para negociar suas participações na Santo Antônio Energia, Norte Energia, Taesa e Aliança Geração, além de outras em menor escala.

Entretanto, Passanezi não indicou um cronograma específico para a negociação.

“Nosso objetivo é concluir ainda este ano e nos concentrarmos na Cemig.”

STJ defere liminar

Também no mês passado, a Renova Energia informou que o Superior Tribunal de Justiça (STF) deferiu a liminar para suspender a eficácia da sentença promovida pela Lightcom em face da RenovaCom. Na ocasião, ela havia declarado a rescisão unilateral do contrato de compra e venda de energia elétrica, firmado em 17 de outubro de 2013, e destinados ao atendimento do mercado livre. Com isso, agora, o contrato volta a vigorar imediatamente.

Vale lembrar que a participação da Cemig na Renova começou em 2011 por meio da Light, concessionária do Rio de Janeiro, de quem a estatal mineira era a principal acionista. À época, a Light desembolsou R$ 400 milhões e passou a deter 26% do capital total e 50% do bloco de controle da Renova.

Leilão de transmissão

Mais um da estatal é o próximo leilão de transmissão, com lotes que ficam no estado mineiro e que possuem sinergias com outros ativos operacionais ou de O&M da companhia. Neste caso, a empresa quer usar seu conhecimento local a seu favor, obtendo uma vantagem competitiva.

Sendo assim, o enfoque adotado pela administração da estatal está centrado no aporte de recursos da empresa em Minas Gerais. Prova disso é o programa de investimentos de aproximadamente R$ 4 bilhões. A maior parte será destinada ao segmento de distribuição, uma vez que em 2023 haverá revisão da tarifa que considera os investimentos feitos no ano anterior. O segmento será o destino de R$ 3,2 bilhões.

Por fim, o montante de quase R$ 800 milhões restante será dividido entre Geração com R$ 246 milhões, Transmissão com R$ 328 milhões e R$ 174 milhões na classificação Outros. E se esses volumes saírem do papel de fato representará no total um aumento de cerca de 100% nos aportes quando comparado ao ano de 2021 que já teve um aumento de 29,5% ante 2020.

Foto: Reprodução/Unsplash por Dan Meyers