Ações da Petrobras sofrem com políticas de preços

Com a atual política de preços, analistas enxergam com preocupação ações da Petrobras.

O atual cenário político brasileiro pode prejudicar a independência da Petrobras e, consequentemente suas ações. Isso envolve também os preços dos combustíveis que pesaram da estatal ontem (13). As informações são de analistas de bancos, após os papéis terem recuado aproximadamente 5%.

Ações da Petrobras e greve de caminhoneiros

Além disso, há rumores de uma possível greve de caminhoneiros. E isso elevaria ainda mais a pressão sobre a petroleira. A informação também ajudou no desempenho negativo das ações na véspera. Resultado: as ações da Petrobras caíram mais que o barril do petróleo Brent, referência internacional (-0,9%), de acordo com relatórios.

Importadores menores

Contudo, os temores vieram à tona depois de importadores menores terem apresentado ofício ao órgão antitruste Cade na semana passada. Eles acusaram a empresa de práticas de valores de combustíveis “predatórias”.

Somado a tudo isso vieram as notícias da imprensa indicando uma possível nova greve de caminhoneiros para 1º de fevereiro, aumentando a tensão.

Analistas

Por outro lado, analistas o BTG e da XP, ponderaram acreditar que a política de preços de combustíveis Petrobras tem sido coerente e que a administração da petroleira segue livre para decidir sobre as cotações.

Sobre isso, o Valor Econômico publicou entrevista com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

Já a equipe de análise do BTG em relatório disse o seguinte hoje (14):

“As ações da Petrobras tiveram desempenho fortemente inferior (na véspera) ao de seus pares globais, bem como do Brent ontem, o que acreditamos estar pelo menos parcialmente relacionado às crescentes preocupações de que a independência da política de preços da Petrobras esteja em xeque.”

Entretanto, eles pontuaram que a estatal tem conseguido adotar preços de paridade de importação com sucesso desde o final de 2018. Mesmo evitando repassar volatilidade ao mercado interno.

“Nosso cenário básico ainda é que a Petrobras permanecerá livre para definir preços e em breve começará a ajustá-los. Dito isso, os riscos de inflação e greves de caminhoneiros obviamente também aumentam o risco de que uma solução ‘fácil’ possa ser considerada.”

XP Investimentos

Na mesma linha de raciocínio foi a XP Investimentos, que diz que “o mercado pode ter reagido de forma exagerada às notícias”.

E ainda completaram:

“Em primeiro lugar, embora os preços da gasolina e diesel da Petrobras estejam abaixo das referências internacionais, notamos que isso só é aconteceu nos últimos 6 dias (desde 7 de janeiro), o que não acreditamos ser um período significativo para formar conclusões sobre a política de preços da Petrobras.”

Por fim, a equipe da XP também citou que órgãos do governo não teriam identificado grande risco de uma greve geral de caminhoneiros em fevereiro.

*Foto: Divulgação