86% dos funcionários mudariam de emprego por saúde mental, diz estudo

Funcionários mudariam de emprego conforme falte algo no ambiente de trabalho 

De uns anos para cá, especialmente da pandemia em diante, o fator de equilibrar a vida profissional e a pessoal se tornou uma prioridade para muitos profissionais. No entanto, nem todas as companhias estão aderindo ao movimento de uma cultura mais flexível. Sendo assim, o ambiente de trabalho está impactando muitos profissionais, especialmente quando o assunto é saúde psicológica: 86% das pessoas mudariam de emprego por saúde mental e mais satisfação no trabalho, segundo pesquisa realizada pelo Infojobs, HR Tech que desenvolve soluções para RH.

Por que funcionários mudariam de emprego?

O estudo sobre por que funcionários mudariam de emprego foi realizado entre agosto e setembro deste ano, de modo online, com 2.017 pessoas, entre homens e mulheres no Brasil, de 17 a 60 anos, onde 21,7% (438 pessoas) são profissionais de RH ou gestão de pessoas.

Dos respondentes, 61% não se sentem satisfeitos ou felizes no trabalho, e a maioria (76%) já conheceu alguém que precisou se afastar das atividades de trabalho por razões psicológicas.

“Outro ponto que deve chamar atenção dos líderes e RHs é que 86% dos participantes acreditam que as empresas não estão preparadas para lidar com a saúde mental dos funcionários. Mais do que nunca precisamos olhar para as políticas corporativas em prol da saúde mental com mais atenção”, destaca Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.

Quais medidas corporativas os funcionários mais sentem falta?

Além disso, ter ações relacionadas à saúde mental durante o ano é uma das políticas que as empresas poderiam investir mais. Neste caso, 75% dos participantes afirmam que na empresa em que trabalham ou trabalharam recentemente, não existem ações e suporte para temas relacionados à saúde mental. Segundo a executiva da HR Tech, existem algumas razões para isso.

“Os debates acerca da saúde mental se concentram, muitas vezes, no mês de setembro. As empresas colocam um holofote sobre depressão e suicídio, que nem sempre se sustenta no resto do ano. Infelizmente, ainda há um estigma que impede discussões saudáveis e implementação de políticas eficazes”, diz Prado.

Recursos limitados

Já em relação aos recursos limitados e a cultura organizacional inadequada também podem interferir na criação de programas específicos. Conforme o grupo que afirmou que existem ações nas empresas, as mais citadas foram:

  • Suporte com psicólogos (47%),
  • Canal de escuta ativa (36%),
  • RH atento aos sinais dos funcionários (34%).

Tecnologia

Por fim, a tecnologia entra como uma das ferramentas para medir a aplicabilidade, afirma a executiva.

“Devemos partir do princípio de que cada funcionário tem uma necessidade individual. Então, além de lideranças e um RH preparado para entender e criar estratégias específicas, também é preciso entender como acontece o progresso. Avaliar as métricas é fundamental para observar os pontos a serem melhorados e para justificar o investimento no funcionário.”

*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-feliz-e-bonita-caucasiana-colegial-de-oculos-sentada-na-mesa-com-as-ferramentas-da-escola-finge-meditar-com-as-maos-levantadas-isoladas-no-espaco-verde_12986301