Varejo no Brasil em 2022: ano começa com vendas acima do esperado

Apesar disso, varejo no Brasil em 2022 segue abaixo do patamar pré-pandemia; vendas em janeiro tiveram leve alta, de 0,8%, em comparação a dezembro de 2021

O varejo no Brasil em 2022 já registrou alta acima do esperado nas vendas logo que começou o ano. Este foi o melhor resultado para janeiro em três anos. Entretanto, o mercado varejista segue abaixo do patamar pré-pandemia. Isso ocorre em um cenário ainda puxado pela inflação e pelos juros altos no país, e também pela perda de renda do consumidor.

Varejo no Brasil em 2022

Mas em janeiro, houve uma alta de 0,8% em comparação a dezembro de 2021. Neste caso, ela está acima da expectativa em um estudo da agência Reuters, onde o ganho foi de 0,3% e depois de queda de 1,9% em dezembro.

Na quinta-feira (10), o resultado informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o melhor para meses de janeiro desde 2019 (+1,6%).

E em relação ao mesmo mês do ano anterior, as vendas do setor registraram queda de 1,9%, contra expectativa de recuo de 2,65%.

Patamar segue abaixo

Entretanto, apesar dos resultados melhores do que o esperado, o IBGE destacou que o setor ainda está 1,0% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 6,5% aquém do pico da série, de outubro de 2020.

Perspectiva de juros altos e inflação persistente

Por outro lado, 2022 já começou com a perspectiva de juros altos e inflação persistente. Tal cenário pode se agravar ainda mais após a Rússia invadir a Ucrânia, com potenciais efeitos sobre a alta dos preços e o crescimento mundial.

Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos:

“A inflação é um fator de relevância para o comércio, em especial para combustíveis e hipermercados. A alta de inflação segue e isso tende a jogar a demanda e o comércio para baixo. O rendimento da família sempre influencia o setor varejista.”

Atividades com contração em dezembro

Além disso, dentre as oitos atividades pesquisadas, cinco delas apresentaram contração em dezembro. Portanto, este é um resultado positivo, graças ao aumento das vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,8%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,4%).

Recuos

Por outro lado, a atividade de hiper e supermercados, que possui um peso grande no indicador, apresentou recuo de 0,1%. E também apresentaram perdas os seguintes setores:

  • Tecidos, vestuário e calçados (-3,9%);
  • Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%);
  • Móveis e eletrodomésticos (-0,6%);
  • Combustíveis e lubrificantes (-0,4%).

Por fim, o comércio varejista ampliado teve recuo de 0,3% nas vendas, com quedas de 1,9% em veículos, motos, partes e peças e de 0,3% em material de construção.

*Foto: Unsplash