Vacina Sputinik pode ser o próximo imunizante liberado pela Anvisa

Vacina Sputinik, da Rússia, pode ser uso liberado até este sábado (23)

Batizada de Sputinik V, vacina russa começou a ser distribuída na Argentina em dezembro. Agora, ela pode ter seu uso emergencial novamente analisado até amanhã (22) ou sábado.

Vacina Sputinik

A expectativa é de uma resposta positiva. Nesta quinta-feira (21), dirigentes da farmacêutica União Química, que deve fabricar a vacina no Brasil, deve ter uma reunião com os representantes da Anvisa, em Brasília.

Bahia e Paraná

Além disso, os estados da Bahia e Paraná já fecharam a compra do imunizante russo. Portanto, a União Química espera apenas a autorização da Anvisa para dar início à produção. A empresa informou ainda que tem condições de produzir em torno de 8 milhões de doses por mês.

Pedido de registro recusado

No último domingo (17), o órgão regulador recusou o pedido de registro da vacina Sputinik. A alegação foi de que não foram realizados testes clínicos no Brasil, além de faltar informações sobre o produto. No mesmo dia, a Anvisa autorização o uso emergencial para a Coronavac e Oxford.

No entanto, um pedido de uso emergencial foi protocolado pela União Química em conjunto com o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia, que coordenou o desenvolvimento da vacina e é responsável pela sua distribuição.

Acerto dos estados

Em contrapartida, o acerto entre Bahia e outros estados teria sido feito diretamente com o fundo. Este se comprometeu a providenciar um laboratório no Brasil para fabricar a vacina.

STF

A repercussão foi ainda maior ontem (20), quando o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que uma nova análise sobre o registro da vacina seja feita em até 72 horas, em função de uma ação ajuizada pela Bahia.

A ação do governo da Bahia pediu ao STF a remoção de restrição à importação de imunizantes contra a cobertura sem registro na Anvisa. Isso porque a vacina Sputinik já teve sua utilização autorizada por autoridades sanitárias dos Estados Unidos, União Europeia, Japão, China, Reino Unido ou Irlanda do Norte.

Em um trecho do despacho do STF diz o seguinte:

“Considerada a afirmação do autor, feita na petição inicial, de que já foi condicionada a autorização temporária para uso emergencial da vacina Sputnik V, informe, preliminarmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, no prazo de até 72 (setenta e duas ) horas, se confirma tal afirmação e, em caso positivo, esclareça qual o estágio em que se encontra a aprovação do referido imunizante, bem assim pendências a serem cumpridas pelo interessado.”

Antes de liberar, a Anvisa também pediu informações adicionais sobre a vacina Sputinik. Mas a União Química e o fundo de investimento da Rússia disseram que os dados já foram providenciados.

Ida a Moscou

Na semana passada, executivos da União Química estiveram em Moscou para tratar dos últimos detalhes sobre a produção das vacinas. A ideia é fabricar ao menos 10 milhões de doses ainda no Brasil no primeiro trimestre.

*Foto: Divulgação