Tokanização do Itaú: confira nova aposta do banco

Tokanização do Itaú refere-se a tokens e ativos digitais, além de entrar para o ecossistema de Web3, focado em liderança; confira o impacto segundo especialistas do setor

Na semana passada, o Itaú Unibanco lançou sua mais nova unidade de negócios, a Itaú Digital Assets, focada em negociação de tokens. O banco aproveita o crescente interesse do mercado por ativos digitais e isso mesmo ante à crise das criptomoedas.

Tokanização do Itaú

Além disso, a tokanização do Itaú significa que a instituição financeira pretende entrar neste segmento ainda neste ano. No caso, a partir de produtos associados a clientes de varejo. Tal movimento integra a estratégia do banco de capitalizar a demanda por ativos digitais em um mercado que pode movimentar dezenas de bilhões de reais nos próximos anos.

Contudo, vale lembrar que em maio deste ano, o Itaú Asset assinou um acordo com a RK Partners. O motivo é que a consultoria do CEO Ricardo K., especializada em reorganizações empresariais, ajude a Itaú no mercado nacional de distressed assets.

Ativos vendidos via token

Por outro lado, a iniciativa do Itaú surge em meio a previsões de que uma fração relevante dos ativos financeiros, como recebíveis e debêntures, será vendida via token, que nada mais é do que uma representação digital de produtos.

Como funciona

Na prática, a plataforma do Itaú fará a emissão, distribuição e custódia desses itens. De acordo com Vanessa Fernandes, recém-criada Itaú Digital Assets:

“Cerca de 10% dos ativos de mercado nos próximos anos serão via tokens.”

Melhores taxas de serviços

Vanessa revela ainda que, com a facilidade e redução dos custos das operações permitida por meio desse canal, os clientes terão a chance de obter melhores taxas de serviço. Ela também explicou que a iniciativa via token equivale à crescente demanda de clientes por ativos digitais, que possui relação com criptomoedas como bitcoin e ethereum.

Antes, bancos eram os controladores

Por outro lado, Raphael Kling, da BrasilNFT, afirma que os ativos puramente digitais, lançados por instituições financeiras, ao mesmo tempo que correspondem a uma oportunidade para o ecossistema de criptomoedas no convencimento da sustentabilidade do modelo de financiamento, indicam para um desafio dos bancos que, historicamente, controlavam a oferta de crédito.  

“Por exemplo, na medida em que instituições não financeiras possam emitir suas próprias linhas de tokens representando produção agrícola, créditos de carbono ou venda antecipada de transporte futuro, o mercado de finanças deve se diversificar e trazer novas oportunidades para quem se mover primeiro.”

Já para João Borges, co-fundador da BAYZ, empresa especializada em criptogames:

“Este é um movimento muito importante que, se feito da maneira correta, vai trazer muita adoção para o nosso ecossistema e, consequentemente, vai estimular o interesse de outros grandes players. Esse é claramente mais um passo em direção a ampliar e democratizar o acesso a ativos digitais, e mostra o desenvolvimento contínuo do nosso mercado.”

Por fim, para Brianna Kernan, da LATAM Sales Lead da Chainalysis, plataforma de dados e pesquisa especializada em blockchain e criptoativos, aponta a importância do movimento do Itaú:

“É bem relevante. É a primeira grande instituição financeira tradicional que vejo lançar um produto para ativos digitais – um sinal de confiança institucional em um setor que só vai se fortalecer nos próximos anos. O fato de serem um dos pioneiros deve colocá-los em uma posição estratégica para melhor capturar esse mercado em crescimento. Provavelmente veremos esse setor mais consolidado à medida que outros grandes players chegarem.”

*Foto: Reprodução