Startup fatura auxiliando projetos sociais a obter investimentos

Fundada pelo empreendedor Douglas Lopes Nicolau, a Incentiv já movimentou em torno de R$ 15,9 milhões entre 65 projetos sociais

O empreendedor Douglas Lopes Nicolau tinha o desejo de atuar na área de administração pública. Porém, a vida o levou a outro rumo: o de ajudar projetos sociais a captarem recursos por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Surgia assim a startup, fundada por ele, Incentiv. Até o momento, a empresa já movimentou em torno de R$ 15,9 milhões entre 65 iniciativas.

Em declaração à revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, ele disse que “sempre soube que seria empreendedor”. Tanto é que seu primeiro negócio era voltado justamente a viabilizar seus próprios projetos sociais, realizados com o apoio de leis de incentivo.  

Projetos Sociais ajudados pela Incentiv

Foi aí que Douglas percebeu que havia muitos desafios a serem enfrentados nesta área. Isso era tanto para quem queria promover eventos, quanto para quem queria investir.

Sendo assim, ele decidiu unir suas experiências e criar uma solução eficaz para ambos os lados e ainda explicou que “era preciso desmistificar o uso das leis de incentivo”, que para ele “não é um bicho de sete cabeças”.

Surgida de modo tímido no mercado, em 2016 a Incentiv foi fundada como uma startup dentro de uma aceleradora. A partir daí, Nicolau conseguiu perceber que o negócio tinha potencial e validou a proposta. Em seguida, conseguiu se conectar a outros empreendedores e investidores.

Operação atual

Atualmente, o negócio conta com sua própria rede de executivos de impacto, composta por consultores e diretores de vários setores da economia. A ideia é usar o próprio networking da startup para gerar um impacto social positivo e, consequentemente, viabilizar iniciativas.

Um dos modos encontrados para a realização de projetos sociais é captar recursos via Lei de Incentivo à Cultura, a famosa Lei Rouanet. É ela quem possibilita que pessoas físicas ou jurídicas que tenham um plano de evento cultural consigam pedir a chancela da Secretaria Especial da Cultura, do Ministério da Cidadania, para poder captar investimentos. Estes vêm de patrocinadores privados, que então tem a permissão de abater o valor ofertado do Imposto de Renda.

Desde sua criação, a Incentiv já arrecadou R$ 15,9 milhões destinados a 65 projetos sociais diferentes. A empresa não revela seu faturamento, mas diz que recebe um valor por fazer a ponte entre projetos e investidores. No ano passado, a startup captou R$ 1,1 milhão em uma rodada com 51 investidores anjo.

Foco principal

A Incentiv é baseada hoje em três atividades principais: conexão, transparência e engajamento. A primeira diz respeito a auxiliar companhias a mapear as leis e elaborar um portfólio de projetos sociais conforme a verba que possuem. Mesmo que a Lei de Incentivo à Cultura já exista há anos, Nicolau explica que nem toda empresa conhece seus benefícios. Portanto, a solução da Incentiv “ajuda a estruturar esse investimento”. Com isso, “várias causas podem ser apoiadas por meio dessa plataforma”.

A segunda etapa da empresa é galgada na transparência entre patrocinadores e patrocinados. Isso acontece por meio de um programa de governança, onde o investidor recebe atualizações periódicas sobre os projetos que promoveu. O fundador ressalta que assim é criada uma “uma visão estratégica do desenvolvimento social”, onde todas as decisões são tomadas com foco nos dados reais.

Por fim, a startup criou uma plataforma para gerar o engajamento do negócio. O funcionamento se dá através de uma solução automatizada, em que as empresas investidoras são colocadas como multiplicadoras. A partir de então, haverá engajamento de diretores e colaboradores para que eles também invistam em projetos de sua área.

Fonte: revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios

*Foto: Divulgação