Saiba quais ações caíram e subiram em janeiro

Muitos acreditavam que 2020 começaria de uma forma mais tranquila e se depararam com fatores que alteraram o mercado de ações. Uma prova disso é que o índice Vix de volatilidade subiu 36,72%, ao passo que o Ibovespa despencou 3,9%, considerada a maior queda mensal desde fevereiro de 2019. Isso tudo ocorreu mesmo que a primeira etapa do acordo comercial tenha saído do twitter para o papel assinado por autoridades dos Estados Unidos e da China.

Otimismo do primeiro pregão de ações do ano

Mesmo com a onda otimista durante o primeiro pregão de 2020, o ataque norte-americano no Irã fez com que a possibilidade de uma guerra na região, despencasse o valor das bolsas e o petróleo disparasse.

Porém, o clima sombrio não durou muito e logo após o Ibovespa passou a subir de novo. Agora, outra instabilidade ocorre no mundo todo, em função dos rereflexos do coronavírus chinês, em que 200 pessoas já foram mortas e, ao menos, 9 mil foram infectadas. Com a preocupação de que um surto se confirme, o petróleo Brent terminou o mês de janeiro em queda de 14,17% e o WTI, de 15,46%.

Maiores quedas de janeiro

A baixa do preço das commodities e da maior tensão no mundo, fizeram com que as ações das companhias com maior dependência externa despencassem. Este caso insere as exportadoras. Apesar do começo do ano ter sido bom, em relação à boa performance dos papéis da Vale, a trajetória fez com que elas encerrassem o mês em queda de 5,16%. Isso também diz respeito à depreciação do valor do petróleo, em que as ações da Petrobras foram pressionadas e, consequentemente, fecharam no vermelho. Ao passo que os papéis ordinários da estatal sofreram desvalorização de 5,16%, e os preferenciais caíram 5,73%.

Além do mercado financeiro, o coronavírus também atingiu o setor de turismo. Reflexo disso é que na bolsa, a agência CVC (oferta pacotes à China) teve o segundo pior desempenho do Ibovespa em janeiro, recuando 16,67%.

Em contrapartida, a maior queda do mês ficou com as ações da Hering, com depreciação de 27,09%. A baixa, já especulada nos primeiros pregões deste ano, ficou mais acentuada em uma prévia do quarto trimestre. Com isso, a rede de roupas reportou que suas vendas caíram bastante depois de baterem recorde na Black Friday.

No caso dos bancos, eles enfrentam o crescimento das fintechs e, portanto, também apresentaram um começo de ano negativo na Bolsa. Com isso, as ações do setor vêm sentindo uma resistência dos investidores, que os enxergam como altamente propícias aos processos de disrupção. Em janeiro, os papéis do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander caíram 8,1%, 9,07%, 11,54% e 11,54%, respectivamente.

Maiores altas de ações

Já a maior alta de ações constatadas no mês de janeiro foi de empresas com menor exposição à China. Puxada pelos ativos da Via Varejo, as varejistas voltaram a demonstrar um bom desempenho na Bolsa no mês passado. A companhia que detém as marcas Casas Bahia e Ponto Frio foi a líder em valorização no mês de janeiro, e avançaram neste período 25,34%.

Os papéis da Via Varejo vêm crescendo forte desde o meio de 2019, quando o executivo Michael Klein assumiu novamente o comando da companhia fundada por sua família. Só no ano passado, a alta foi de 154,44%.

Com a continuação dos juros baixos para este ano, além da melhora do mercado de trabalho, tudo contribui para o sucesso das varejistas em 2020. De acordo com analistas da XP Investimentos, há uma expectativa que até 2022, o lucro da Via Varejo suba 69% ao ano, considerado o maior entre as companhias analisadas.

Magazine Luiza e Natura/Avon

Já em relação ao Magazine Luiza, a estimativa da XP é que a rede varejista ele seus lucros em 13% ao ano até 2022. Porém, nem esta perspectiva menor tirou a vontade do mercado em adquirir as ações da companhia. Só em janeiro de 2020, os papéis do Magalu cresceram em 17,08%, considerada a terceira maior apreciação do Ibovespa.

Por fim, a segunda ação que foi mais valorizada no mês passado foi a da empresa de cosméticos Natura, que elevou seu patamar em 23,04%. Parte dessa alta foi decorrente da sinergia de suas operações com a Avon.

Em janeiro, a Natura alçou a perspectiva de ganhos com a fusão de até R$ 250 milhões para R$ 300 milhões até 2022. De acordo com a companhia, esse montante deve ser obtido por meio de contratos com fornecedores e pela diminuição de despesas administrativas e de distribuição.

Fonte: Revista Exame

*Foto: Divulgação