Ibama deixa de manter sob sigilo e faz alerta sobre desmatamentos

O Ibama soltou um comunicado mês passado para avisar que atuará na fiscalização contra desmatamento e garimpo na região sudoeste do Pará.

A nota, disponibilizada em português e inglês, diz:

Até 2018, o instituto conservava as informações dos locais de fiscalizações e suas operações sob sigilo. O intuito era que isso não prejudicasse o resultado das ações.

“Estão planejadas operações de fiscalização contra desmatamento e garimpo em Terras Indígenas e Unidades de Conservação no sudoeste do Pará, região que abriga a Floresta Nacional do Jamanxim”.

De acordo o texto, a entidade também ressalta que o Ministério do Meio Ambiente (MMA):

“trabalha em uma nova metodologia de alertas de desmatamento e busca desde o início da atual gestão uma ferramenta tecnológica que permita a detecção diária de desmatamentos de até 1 hectare”.

O texto ainda menciona que o atual sistema revela desmatamentos acima dos 6,25 hectares e que emite avisos com demora, ocasionando a falta de tempo para haver uma prevenção.  

Ninguém se manifestou

Tanto o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) e o Ibama disseram que somente o MMA tem autorização de falar sobre a questão. Porém, ao ser procurado pelo Estado, o órgão do meio ambiente também não se manifestou.

Dados

As informações a respeito do desmatamento na região amazônica foram reveladas pelo Estado e produzidas pelo Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter). A ferramenta faz parte do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, órgão do governo federal.

Segundo anúncio oficial, nos primeiros quinze dias do mês passado foram desmatados 6.880 hectares de floresta preservada na Amazônia. Esse número equivale a cerca de sete mil campos de futebol.

O montante ainda está perto do desmatamento apontado de acordo com a soma do período entre agosto de 2018 e abril deste ano, que atingiu 8.200 hectares.

O Brasil detectou no ano passado os maiores números de desmatamento de toda a história, na região amazônica. Ainda assim, desde agosto de 2018, a prática ilegal persiste e alcança, em média, 52 hectares da Amazônia por dia.

Em relação às informações divulgadas durante a primeira quinzena de maio, foram consideradas as piores no mês dos últimos dez anos. O número foi de 19 hectares/h, quase o dobro registrado na mesma época de 2018.

*Foto: Divulgação