Ferramenta de educação digital brasileira será exportada a outros países

Ferramenta de educação digital, o guia EduTec, foi criado em 2016 e é totalmente gratuito, além de realizar um diagnóstico para saber qual o grau de uso da tecnologia na rede pública de ensino

A pandemia provocada pelo novo coronavírus fez com que o Brasil conclua de fato duas questões muito sérias: a educação pública e o uso das tecnologias no ensino.

Portanto, com a intenção de melhorar este paradigma, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) criou, em 2016, a plataforma Guia EduTec.

A ferramenta de educação digital é totalmente gratuita, e já ajudou mais de 55 mil professores e 22 mil escolas em todo o país. Agora, o novo desafio é proporcionar esta tecnologia a outros 40 países, espalhados pela América Latina, Caribe, África e Ásia.

Ferramenta de educação digital

A ferramenta é capaz de identificar o grau de adoção de tecnologias digitais de escolas e redes de ensino, assim como o nível de competências de professores para usar plataformas digitais. A partir dessas informações, é possível os gestores públicos adotarem medidas que melhores o acesso a uma educação mais tecnológica.

Sobre isso, Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB, entidade sem fins lucrativos, explica:

“O Brasil era consumidor e agora vai ser fornecedor, uma referência para o mundo. A ferramenta é muito eficaz para consolidar e dar um panorama ao gestor público sobre o uso da tecnologia na educação. Ainda sugere ações que esta escola pode fazer para melhorar. A gente já teve casos de uma infraestrutura de tecnologia muito boa mas os professores não estavam aptos a usar, ou mesmo o contrário. A ferramenta resolve estes problemas.”

Costa Rica

O primeiro país a adotar a ferramenta de educação digital foi a Costa Rica no início deste mês. Os próximos da lista serão países africanos, porém, apenas em março de 2021. Sendo assim, até 2030, a expectativa é impactar 25 milhões de crianças em todo o mundo.

Já o projeto de exportar a ferramenta de tecnologia integra o programa ProFuturo, criado pela Fundação Telefônica Vivo e pela Fundação “la Caixa”. A iniciativa tem por objetivo reduzir a desigualdade educacional no mundo.

46 milhões de brasileiros não têm acesso à internet

Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC), publicada em abril deste ano: uma em cada quatro pessoas no Brasil não têm acesso à internet. Ou seja, este estudo revela que 46 milhões de brasileiros não estão no meio digital.

Tais dados que se referem aos três últimos meses de 2018, mostram também que o percentual de brasileiros com acesso à internet cresceu no país entre 2017 e 2018. Com isso, passou de 69,8% para 74,7%. Porém, 25,3% ainda permanecem sem acesso aos meios digitais. E em zonas rurais, o índice de pessoas sem acesso é ainda maior que nas zonas urbanas, e atinge 53,5%, sendo que nas cidades é de 20,6%.

*Foto: Divulgação