Copom eleva Selic: projeção agora é de 11,75% ao ano

Copom eleva Selic, e este se torna o nono aumento seguido, uma vez que o BC mantém o ciclo de alta da taxa de juros, por conta da guerra na Ucrãnia e da inflação pressionada pelo preço dos combustíveis

Na semana passada, por conta do cenário de guerra na Ucrânia e inflação pressionada pelo preço dos combustíveis, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% ao ano para 11,75%. Sendo assim, este é o maio nível em quase cinco anos, desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano.

Copom eleva Selic

Além disso, este é o nono aumento seguido, uma vez que o BC mantém o ciclo de alta da taxa de juros, iniciado em março de 2021. Entretanto, a alta de 1 ponto percentual é menor do que as aprovadas nas três reuniões anteriores, de 1,5 ponto porcentual, em um sinal de desaceleração no ritmo do aperto monetário.

Em fevereiro, a Selic alcançou os dois dígitos pela primeira vez desde julho de 2017, quando também estava a 10,25% ao ano. Porém, com a guerra na Ucrânia deve seguir impactando os prçeos no Brasil. E principalmente em relação ao petróleo, trigo e fertilizantes. Tais itens podem ficar mais caros durante o conflito.

Vale destacar que o BC passou seis anos sem elevar a selic. Entre julho de 2015 e outubro de 2016, a taxa ficou em 14,25% ao ano, e após, passou a ser reduzida até chegar a 6,5% ao ano, em março de 2018.

Já a partir de agosto de 2019, iniciou outra fase de reduções, chegando a 2% ao ano em agosto de 2020, por conta da pandemia de covid-19.

2021

Por outro lado, em março de 2021, pela primeira vez desde julho de 2015, o BC elevou a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para 2,75%, e iniciou o ciclo de alta.

Agora, o mercado financeiro prevê mais aumentos nos próximos meses. Sendo assim, a Selic deve chegar a 12,75% ao ano, pelas estimativas divulgadas em um último Boletim Focus, publicado na seman passada.

Boletim Focus

Ainda segundo o Boletim Focus, a previsão é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2022 em 6,45%. Mas, na semana anterior, a previsão era de alta de 5,65%. A mudança nas expectativas do mercado se deve aos reajustes de preços anunciados pela Petrobras nos últimos dias.

Ou seja, o mercado prevê que o teto da meta estará acima da média pelo segundo ano consecutivo. A meta de inflação a ser perseguida pelo BC em 2022 é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ficando entre 2% e 5%.

Por fim, o IPCA acumula alta de 1,56% no ano e de 10,54% nos últimos 12 meses. Em fevereiro, a inflação teve a maior variação para o mês desde 2015, ficando em 1,01%, 0,47 ponto percentual acima do registrado em janeiro, de 0,54%, conforme dados do IBGE.

*Foto: Unsplash