Conheça melhor as aéreas MAP e Passaredo

Após meses de negociação em torno da distribuição dos slots (horários de pouso e decolagem) da Avianca no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, finalmente foi decidido algo. Primeiro, que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou quem poderia herdar esses ativos. Em segundo que esta decisão contemplou as companhias aéreas MAP e Passaredo, além da Azul.

Ficaram de fora da disputa a Gol e a Latam, pois a Anac não aceitou o pedido e que ainda teve envolvimento entre credores e as próprias empresas.

Motivo da disputa

O interesse pelos slots baseados em Congonhas é simples: ele é um dos mais importantes aeroportos do país que realiza voos domésticos, principalmente no eixo Rio-São Paulo.

Apesar da Anac distribuir slots às aéreas MAP e Passaredo, com 12 e 14 ativos, respectivamente. Ambas terão de provas que conseguem atender aos requisitos operacionais exigidos para atuarem em Congonhas. Já a empresa Azul obteve 15 slots na redistribuição anunciada no início de agosto.

Em nota, a Azul afirmou que esperava obter mais slots para iniciar uma operação mais rentável na ponte-aérea:

“a abertura do aeroporto da capital paulista a uma série de novos entrantes aumenta o número de empresas presentes em Congonhas mas não acirra a competição”.

Além disse, a companhia conclui que:

“Operar slots em Congonhas com aeronaves menores e, consequentemente, com poucos assentos, representa um uso ineficiente desses valiosos recursos públicos, impedindo a entrada efetiva de qualquer novo concorrente na ponte aérea Congonhas-Rio e Congonhas-Brasília”.

Aéreas MAP e Passaredo

Na época da divulgação, a revista EXAME entrevistou as aéreas MAP e Passaredo. A primeira cresceu 6,5% no mês de junho, em relação ao mercado doméstico após a saída da Avianca. Com isso, ela conquistou 0,1% desse nicho. Segundo o presidente da MAP, Héctor Hamada:

“contratos de leasing de mais aeronaves prontos para aumentar nossa frota e começar a servir mais destinos na nossa região, como Acre e Maranhão”.

Atualmente, a companhia opera no Amazonas, local onde possui sede e também atua no Pará. Hamada vê com a oportunidade de operar na região Sul como um grande salto na trajetória da empresa. No primeiro semestre de 2019, a MAP transportou 38.088 passageiros, abrangendo 14 destinos e atingindo 0,1% do setor doméstico.

Já a Passaredo opera no interior do estado de São Paulo, na cidade de Ribeirão Preto, local onde também é a sede da empresa. No período de janeiro a junho deste ano, ela transportou 115.464 passageiros e alcançou 0,3% do mercado, de acordo com a Anac.

Assim como a MAP, a aérea também opera com 14 destinos, sendo que a maior parte de sua atuação é concentrada no aeroporto Dr. Leite Lopes, em Ribeirão Preto, além do aeroporto Internacional de Guarulhos. Ela ainda conta com a parceria da Latam e Gol em uma transação chamada de “code share”. Isso significa que as duas empresas podem comercializar bilhetes aéreos para destinos operados pela Passaredo.

Segundo a companhia, que em 2017 conseguiu sair de uma recuperação judicial, disse que pretende providenciar “novas e maiores aeronaves”.

Concorrência

Hoje, as rotas que passam por Congonhas estão concentradas nas aéreas Gol e Latam, com 236 pares de slots no aeroporto, que corresponde a 44% do total. Por este motivo que elas ficaram de fora também da redistribuição dos ativos da Avianca, onde seria necessário serem estreantes, com até 54 slots, conforme nova regra da Anac para conter o cenário pós-saída da Avianca.

Em função da recuperação judicial da Avianca o setor doméstico registrou a menor oferta de assentos em junho desde 2010. Portanto, os valores das passagens em algumas rotas foram vendidos a mais que o dobro do preço normal.

Mesmo com requisitos a serem cumpridos dentro de Congonhas, as aéreas MAP e Passaredo demonstraram ter interesse no negócio. Porém, não precisamente na ponte-aérea, mas sim em outros destinos que antes eram operados pela Avianca.

A Passaredo diz que para a companhia é mais interessante as rotas regionais, muitas delas. Estas, hoje, são operadas pela Azul e não passam por Congonhas e acabou se especializando nas chamadas rotas alternativas.

Fonte: revista EXAME

*Foto: Divulgação