Com aquisição da Avon, Natura venderá mais no exterior

A somatória do faturamento das duas empresas de cosméticos pode ultrapassar US$ 10 bilhões ao ano

A Avon se juntará às companhias administradas pela holding Natura &Co. Com isso, a maior parte de seu lucro virá de fora do Brasil.

Durante conferência para investidores realizada na quarta-feira (23), João Paulo Ferreira, presidente-executivo da Natura, disse que cerca de 70% das vendas da empresa serão decorrentes de outros países.  

Lucro anual

Com a holding controlando também a Avon, o lucro líquido anual do grupo vai extrapolar os US$ 10 bilhões (R$ 40,6 bilhões). Além disso, se tornarão o quarto maior grupo voltado exclusivamente à área de beleza no mundo, com mais de 6 milhões de revendedores.

A empresa será a maior na utilização de canal de vendas diretas (porta em porta) e presente em 100 países.  

De acordo com o presidente executivo do Conselho da Natura &Co, Roberto Marques, a compra da Avon apressa o desenvolvimento de um grupo de companhias global, multicanal e multimarcas.

Antes da Avon, a Natura comprou em 2013 a australiana Aesop e em 2017 a britânica The Body Shop. Com isso, a empresa americana é a terceira aquisição da gigante brasileira de cosméticos.  

Companhias e marcas independentes

Mesmo com a negociação, a Avon e Natura continuarão como companhias e marcas independentes. No entanto, a Natura &Co tem a expectativa de que a combinação dessas marcas traga uma redução de custos anuais entre US$ 150 milhões e US$ 250 milhões, graças à logística presente em ambas.

Marques espera que a sinergia entre as duas empresas apresente uma organização em larga escala e, ao mesmo tempo, eficaz em relação à logística e suprimentos. Além da diminuição de mostrar mais fluidez em manufatura e reduzir custos administrativos em alguns setores, como o de tecnologia da informação.   

Ações

Avaliada por especialistas em US$ 3,7 bilhões, cada ação da Avon foi trocada por 0,3 ação da Natura. De acordo com a negociação, os acionistas da Natura &Co ficarão com 76% da sinergia entre as duas companhias. Já os acionistas da Avon terão aproximadamente 24%.

Com a aquisição concluída, o Conselho de Administração da companhia combinada será formado por 13 integrantes. Três desses membros serão escolhidos pela Avon.

O trâmite está na dependência do apoio vindo da assembleia de acionistas das duas empresas e dos órgãos reguladores. A expectativa em relação a toda essa operação é que ela seja encerrada até o começo de 2020.

*Foto: Divulgação