Campinas a cidade mais inteligente e conectada do país

Campinas é a maior cidade do interior de São Paulo e ganhou no mês passado o status de a mais inteligente e conectada do Brasil neste ano, de acordo com a quinta edição do Ranking Connected Smart Cities.

A lista é elaborada pela consultoria Urban Systems, em parceria com a empresa de organização de eventos Sator. Esta é a primeira vez que a pesquisa elege uma cidade e não uma capital como referência em desenvolvimento. Em 2015, quando ocorreu o primeiro ranking, o título ficou com o Rio de Janeiro. Já nos anos de 2016 e 2017, o reconhecimento foi para São Paulo, e no ano passado para Curitiba.

Por que Campinas venceu?

A edição 2019 do Ranking Connected Smart Cities destacou a cidade de Campinas nas seguintes áreas econômicas: tecnologia e inovação (1º lugar), empreendedorismo (2º), governança (3º) e mobilidade (4º).

De acordo com o diretor de marketing da Urban Systems, Willian Rigon:

“Campinas fomenta o desenvolvimento tecnológico, tem estrutura e suporte para esse tipo de empresa, e também é um hub de educação, que permite desenvolver capital humano e também pensar soluções e estratégias para a cidade”.

Além disso, Campinas também é referência em polo universitário por causa da Unicamp e a PUC, e nos segmentos de inovação e indústria de nicho de logística e distribuição.

Empregos  em Campinas

Em campinas, aproximadamente um quarto de todas as vagas formais são ocupadas por profissionais com diploma universitário. Desse indicativo, 5,2% estão concentrados no setor de Tecnologia da Informação e 94,5% no setor privado.

Mobilidade urbana

O estudo também avalia a mobilidade urbana do local. Neste caso, o aeroporto de Viracopos se destacou não somente pelo seu movimento de passageiros, como também pelo potencial logístico.

Para obter o indicador final da pesquisa é levado em consideração 70 indicadores, que estão atrelados ao meio ambiente, mobilidade, urbanismo, economia, tecnologia e inovação, educação, saúde, segurança, empreendedorismo, governança e energia.

Novos indicadores

Na edição 2019, a lista apresentou seis indicadores novos, baseados na Norma Técnica ISSO 37, que diz respeito à utilização de veículos de baixa emissão de poluentes, dois critérios sobre a força de trabalho (percentual da força ocupada em setores de tecnologia e comunicação e percentual da força ocupada nos setores de educação e pesquisa), número de computadores e notebooks em escolas públicas, percentual de resíduos plásticos recuperados na cidade e percentual da população que vive em regiões de baixa e media densidade. Portanto, a cidade de Campinas se destacou todos eles.

Pontuação

A pesquisa também conta que há uma pontuação de peso 1 para 69 variáveis e peso 0,5 relacionado à escolaridade do prefeito. Portanto, desse modo, a pontuação máxima desta quinta edição é de 69,5, que colocou a cidade de Campinas em primeira posição e que registrou 38,977 pontos.

Na sequência, ocupando o segundo, terceiro, quarto e quinto lugares, estão: São Paulo, Curitiba, Brasília e São Caetano. Das 100 cidades mais inteligentes e conectadas de 2019, 67 estão situadas na região sudeste e 47 só no estado de São Paulo.  

Por fim, é levado em consideração o mapeamento de todas as cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes (666 localidades). Além disso, existe avaliação de cidades entre 50 mil e 100 mil habitantes, de 100 e 500 mil e acima de 500 mil.

A idealizadora do Connected Smart Cities e Mobility, Paula Faria, afirma que a avaliação não é uma competição entre as cidades, e sim a possibilidade de compartilhar boas iniciativas.

Regiões Norte e Nordeste

Já na região Norte do país, o destaque foi para Palmas, no Tocantins, na 19ª posição. Na região Nordeste, o destaque foi para Recife, no 23º lugar.

Esta distância entre estas regiões e a Sudeste, segundo afirmação de Willian Rigon, estas cidades ainda têm muito a implantar em questões básicas, como acesso à água, coleta e tratamento de esgoto, além da mortalidade infantil e educação. Ele ainda complementa que “não adianta colocar Wi-Fi no poste e ter internet no celular mas não solucionar coleta de esgoto”.

Para solucionar estes problemas básicos que ainda assolam estas cidades, o especialista recomenda a atuação de startups, pois elas podem encontrar alternativas em escala municipal e depois expandi-las nacionalmente.

Rigon também afirmou que pode ser notada uma melhora em indicadores de segurança, quando existe uma força policial efetiva maior e uma melhor distribuição de renda no município em questão. Portanto, para a cidade ser inteligente, ela tem que ser equilibrada em todos os eixos, conclui o especialista.

Fonte: revista EXAME

*Foto: Divulgação