Brasil pode virar principal polo de serviços digitais do mundo, diz VTEX

Empresa voltada ao comércio eletrônico afirma que serviços digitais integra parte da expansão dos negócios brasileiros

Em meio à pandemia, o setor de empreendedorismo brasileiro cresce com a chance de ampliação para negócios de serviços digitais em crise. Então, isso vale tanto para companhias quanto para investidores interessados em startups em etapa de escala. Esta é uma tendência crescente para o mercado do país na próxima década.

De acordo com Mariano Gomide, CEO e fundador da VTEX, empresa de software voltada ao comércio eletrônico:

“A ampliação dos negócios com foco no digital está enfrentando uma fase inédita no Brasil.”

O papel dos serviços digitais

Mariano afirmou ainda durante o evento sobre investimentos e finanças pessoais, Money Week, promovido ontem (25) pelo escritório de agentes autônomos EQI, em parceria com o BTG Pactual:

“Já vimos movimentos de mudança de valores rodando em economias mais antigas, como agro e serviços bancários, mas não em tecnologia aplicada e criação de software. Isso tem mudado.”

Além dele, também participou do painel Pedro Waengertner, CEO da Ace Startups, companhia ligada a investimentos em novos negócios:

“Nos próximos dez ou 15 anos, teremos um cenário totalmente diferente do que vemos hoje. As empresas que usam tecnologia e inovação terão parcela significativa de participação no PIB brasileiro — o que hoje não vemos, quando nos comparamos a mercados como China e Estados Unidos.”

Unicórnio brasileiro

Recentemente, em uma rodada liderada pelo SoftBank, o mais novo unicórnio brasileiro, a VTEX recebeu um aporte de US$ 225 milhões. Gomide explica ainda como escalou a startup para o patamar de unicórnio e aconselhou companhias que desejam obter um crescimento exponencial.

De acordo com o empreendedor, para avançar em valor de mercado, os empresários brasileiros devem reconhecer as alterações que aconteceram no ecossistema de empreendedorismo e inovação nos últimos anos:

“Hoje, o Brasil já pode ser visto como uma alavanca pronta para competir igualmente com outros países do mundo.”

E complementa:

“Se um universitário já chegar ao mercado com a visão de que o Brasil tem iguais condições em comparação com o mundo todo, ele ficará e criará coisas incríveis para o país.”

A Ace Startups, de Waengertner, diz que o mercado brasileiro enxergará um aumento no surgimento de novos unicórnios nos próximos anos:

“Para cada VTEX que alcança o topo do funil, existem centenas de empresas já trilhando o mesmo caminho.”

Diversificação da oferta de produtos financeiros

Ele ressalta que despertar o maior interesse por parte das companhias para a abertura de capital no Brasil em vez de disponibilizar seus IPOs em bolsas do exterior depende diretamente da oferta de produtos financeiros e do juros disponível aos investidores.

Por outro lado, o CEO diz também que a tendência é que cada vez mais startups passem a abrir o capital na B3:

“Estamos começando a ver movimentos como o da Méliuz e Enjoei que, mesmo com faturamento bem abaixo do que estamos acostumados, podem proporcionar aos investidores a entrada nesses ativos já com as ferramentas que temos no nosso mercado.”

*Foto: Divulgação