OIT revela impacto da pandemia nos empregos

Impacto da pandemia nos empregos é mais forte que o previsto; previsão é de 4,3% em relação ao número de horas perdidas em comparação ao período anterior

Na quarta-feira (27), a Organização Mundial do Trabalho (OIT) afirmou que a pandemia de Covid-19 segue afetando o emprego de modo mais intenso que esperado neste ano.

Impacto da pandemia nos empregos – pesquisa da OIT

Segundo a nova edição do Observatório da OIT sobre a Covid-19, a perda em número de horas de trabalho neste ano pela pandemia será expressivamente maior que o previsto anteriormente.

Além disso, dados da previsão mais recente calculam em 4,3% o número de horas perdidas em comparação ao período anterior à pandemia, ante -3,5% da estimativa de junho. Sobre isso, Guy Ryder, diretor geral da OIT, explica:

“A trajetória atual do mercado de trabalho está marcada por uma recuperação estagnada, com o surgimento de riscos maiores de deterioração e por grandes diferenças entre as economias desenvolvidas e em desenvolvimento.”

Desigualdade

Ele destacou ainda sobre a “disponibilidade desigual de vacinas e capacidades para retomar o orçamento”. Todos esses fatores alimentam tais “tendências” do mercado de trabalho.

Por outro lado, o estudo indica também que a jornada de trabalho está em fase de recuperação em países de renda alta e média-alta, enquanto as horas de trabalho seguem registrando perdas expressivas em países de renda baixa e média-baixa.

Regiões

Em relação às regiões, Europa e Ásia Central registraram as quedas mais leves na comparação com período anterior à pandemia (-2,5%), seguidas pela Ásia-Pacífico (-4,6%). Porém, a situação é mais grave na África (-5,6%), Américas (-5,4%) e países árabes (6,5%).

Vale reforçar que há ainda desigualdades entre diferentes setores e os jovens, principalmente as mulheres jovens, são as mais prejudicadas no trabalho.

Limitações orçamentárias

Contudo, a OIT confere a situação nos países menos desenvolvidos às limitações orçamentárias e ao acesso escasso às vacinas. Além dos riscos de superendividamento e problemas nas cadeias de abastecimento de todo o mundo.

Por fim, a organização leva em conta que os países com menos renda tenham um acesso mais justo às vacinas. Em somente um trimestre poderiam atingir a recuperação no que diz respeito às horas de trabalho das economias mais ricas.

*Foto: Unsplash/Elisa Ventur